Da Majestosa

Finas linhas
Caules de flores invisíveis
Desabrochamos em esferas infinitas
Parceiros no crime.

Crime de amor
Violência à avessa
Armada de carinhos
Escuderia de respeitos
Estratégia humilde.

Vislumbro algo em mim que é comum ao próximo
Um pensamento secreto partilhado
No toque sensível da relva
Desliza a pequenina
À brisa
Sente-se em pleno vôo em sua corrida infantil
Sua alienação sincera dotando-a de magias
Coração clandestino.

Ela talvez nunca tenha sabido
Ou talvez nunca se tenha lembrado
Ela talvez não possa se lembrar
De quão vera e profundamente bela é
E amo-a desconjurada
Indefesa uma rainha
A pele branca tenaz
Teu olhar sério inquiridor
Esqueceste-te de inquirir a si mesma incomparável musa
Ou quem sabe saibas
E sejas tão correta de não te levares tão a sério?

Quem sabe saibas de tua mesma beleza
Mas não te leves tão a sério pra que possas viver?
Pra que possas respirar enfim a normalidade dos teus dias?

Santa esquecida
A flor mais bonita do mundo
Que ninguém nunca parou pra olhar bem.

Paro e fito-a eu agora
Fito-a à distância
Tú quase desconhecida amada
Estás dentro de mim
Como um sol acolhedor e curioso
Que faz sempre despontar ao céu.

Não te esqueça mulher
O dinheiro todo que roda
A máquina com que e à que se sujeita
Toda balbúrdia de maus temperos
Nada importa quanto a límpida saliva que reluz em teu olhar
Desfaço-me do mundo
Música é tudo que me resta
E bailando a canção da natureza em mim
Deste-me a mão
E pensei que sorte
Pensei comigo comovido
Que sorte a nossa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Da parte que me toca, se me toca, toco-me com um sorriso daqui pra acolá.
Como um todo, belo conjunto. Um agrado. Coração.
Nem todas as belas são iguais, umas mais belas, outras quase não chegam a ser.
Compartilham cabelos emaranhados e o viço, não da juventude, mas o viço da soltura na vida, duma eternidade infantil e uma meiga doçura.
Bem aventuradas as portadoras da luz.

Daniele Dallavecchia disse...

Olá, meu amigo poeta! Lindo, lindo este poema! Tens uma facilidade para fazer o texto fluir...É agradável ao leitor esta leitura...

Parabéns, Alika! Deverias fazer mais poemas neste gênero, é bom demais!

beijos

ESTÓRICO