A poesia parou
quase desabafo
foi quase o que virou.
Muitos fios atados
seguram o balão de hélio
mantêm o balão rente ao chão.
O pequeno vício já quase vira descuido
a romanticália de antigamente faz sua vez
parece até que temos que repetir o erro ou a vida estanca.
Eu não sei porque foi que dei de me repetir
de me repetir bem naquelas coisas
ah! sim!, ai... não...
aí, bem, fica bem claro
o porquê de se repetir bem isso isso e aquilo
bem aquelas coisas que vão se revirando
quando deixo de apertar bem firme as rédeas de mim.
O que o rei espartano faria agora?
... é muito mais que correção de postura
ou achar que um semblante muda a vida
a vida muda bem antes dele, isso é certo -
se eu sorrio é porque o cosmos todo precisa disso
quem sabe - como precisava então também de minhas lágrimas?
... de minha amargura?...
Será Deus tão prolixo?
Uma criança, desencanada e invencível em suas peripécias?
Um absoluto que vê e propõe, mas que é verborragia e pouco mais?
... mas que dejeto de escombro de poeta sou eu...
por fim, a rima tomou mais importância que o gargalo do funil,
e por isso, meu rapaz, você está estrepado
e fazendo muito caso da situação,
que, dos males o menor, e nem preciso completar o pensamento...
Houve um tempo em que eu soube rezar
- orar pro outro lado do grande oceano - dos sete mares cósmicos
Houve um tempo em que eu soube dançar
- com a fúria domada uma besta mansa - lagarta divina renascida alada
Houve, ah sim! houve o tempo em que soube mastigar diamantes
e beber da grande taça dourada do horizonte -
houve o tempo em que a juventude purificava o próprio sal com suas lágrimas...
Então um dia o poeta morreu
- morreu pelas mentiras que contou - o poeta foi a última refeição de seu cão raivoso.
Existiam coisas mais importantes que a poesia e os poetas de nádegas amolecidas
soprava o vento na velha fogueira - as brasas erguiam novas labaredas!
- orar pro outro lado do grande oceano - dos sete mares cósmicos
Houve um tempo em que eu soube dançar
- com a fúria domada uma besta mansa - lagarta divina renascida alada
Houve, ah sim! houve o tempo em que soube mastigar diamantes
e beber da grande taça dourada do horizonte -
houve o tempo em que a juventude purificava o próprio sal com suas lágrimas...
Então um dia o poeta morreu
- morreu pelas mentiras que contou - o poeta foi a última refeição de seu cão raivoso.
Existiam coisas mais importantes que a poesia e os poetas de nádegas amolecidas
soprava o vento na velha fogueira - as brasas erguiam novas labaredas!
Bandeira Verde
Você quer?
Tem que fazer por merecer.
A poesia custa
custo tudo e nada e mais um pouco
custa
custa todos os sopros de um louco
-a poesia?-
tem de se fazer por merecer.
Bem repeti avisei
que um dia você iria crescer
um dia a busca
se tornaria caminho
a dúvida se tornaria sonho
e tudo que vive e viveu
pareceria inofensivo e divertido.
Quanto custa
a poesia
se é arguido que se ouça
aprochegue bem os ouvidos
pois a tábua de passar é cheia de ondas:
custa o isolamento
das amizades que não cabem
de influências indevidas
custa a força de um chão
pra não ver desabar a emoção
quando te apunhalam o espírito
custa uma solidão
saciar a fome com música
dançar até a carne rachar.
Quanto custa
o som dos pássaros?
Ai! pobre tragicômica inanição
toda sabedoria do mundo
toda ciência e toda frieza lógica
mas não aprenderam a sentar
ainda não
ainda não sabem caminhar
apoiados sobre o próprio céu
ainda não
pois a dádiva ninguém pode comprar.
Paga-se o preço
do foco
da atenção
um corpo todo
além daquele que se quebra
um corpo todo outro
só do foco
sua réplica de atenção-
chegue junto de si
você são dois
que precisam estar de acordo
em cada mínimo gesto.
Tem que fazer por merecer.
A poesia custa
custo tudo e nada e mais um pouco
custa
custa todos os sopros de um louco
-a poesia?-
tem de se fazer por merecer.
Bem repeti avisei
que um dia você iria crescer
um dia a busca
se tornaria caminho
a dúvida se tornaria sonho
e tudo que vive e viveu
pareceria inofensivo e divertido.
Quanto custa
a poesia
se é arguido que se ouça
aprochegue bem os ouvidos
pois a tábua de passar é cheia de ondas:
custa o isolamento
das amizades que não cabem
de influências indevidas
custa a força de um chão
pra não ver desabar a emoção
quando te apunhalam o espírito
custa uma solidão
saciar a fome com música
dançar até a carne rachar.
Quanto custa
o som dos pássaros?
Ai! pobre tragicômica inanição
toda sabedoria do mundo
toda ciência e toda frieza lógica
mas não aprenderam a sentar
ainda não
ainda não sabem caminhar
apoiados sobre o próprio céu
ainda não
pois a dádiva ninguém pode comprar.
Paga-se o preço
do foco
da atenção
um corpo todo
além daquele que se quebra
um corpo todo outro
só do foco
sua réplica de atenção-
chegue junto de si
você são dois
que precisam estar de acordo
em cada mínimo gesto.
lágrimas de cão
foi-se o tempo
em que eu sabia escolher
em que sabia o que pensar
foi-se o tempo
em que o coração mergulhava
e os nervos cantavam
hoje o rio que corria
formou por dentro uma imensa bacia
represa de torrentes outrora sadias
hoje o mar que rugia
está calmo e me mostra seu fundo
é uma dor ver o segredo do abismo assim imundo
foi-se o tempo
da rebeldia de adolescentes presunçosos
da mania de retroceder e inverter os pólos
cansei-me da mercearia
das negociatas do ouro de tolos
ou a agonia que se cansou
de mim e do habitat úmido e escuro do meu peito
hoje quando choro é por direito
é um lamento alegre que exige respeito
outrora soube entregar-me
apaixonar-me
desvairado e tão bem centrado
outrora soube agir
mas o conhecimento
ingrato me tirou as tintas dos dedos
me deixou com antigos medos
que pela força de uma brisa vou soprando longe
é quase uma postura de monge
perdi os prados e as florestas
queimados em vão no ardor da sabedoria
restou-me um arado sem sementes
fiquei um tanto demente
pelo veneno que há nas pessoas
busquei minha alma de cavalo
galopando pra além de todo desprezo
eu ainda tinha algum apreço
pelas peças que o destino podia pregar
foi-se o tempo
daquela perfeita ignorância
fulgurosa e imponente intolerância
foi-se o tempo
de mudar o mundo e os homens
que só bons pais farão bons jovens
perdi minhas chaves
desfiz-me junto das correntes
os cadeados estavam cerrados
mas os arranquei por fúria aos dentes
já vi tantos poentes
as pontes que atravessei
ninguém sabe isso eu sei
a paz que encontrei ninguém conhece
é algo tão distinto que só se merece
é um dom da terra que nos batiza
com a emoção de poder ouvir
mais que a mecânica do som
a altivez de saber ver
o que não cabe no arco-íris
sentir com o amor toda confusão
de enigmas que nunca quebrarei
quem sabe fui um rei
quando dançava com as borboletas
e o vento era meu mestre
quem sabe o que sei
por ter morrido tantas vezes
morte em vida que me refez
hoje eu dou graças
ao fim de algo que começou
pois não é pouco o que restou
dou graças ao dia e à vida
ela soube me moldar
fazer do sonho meu ar
e enquanto o poeta viver
falido anônimo e infantil
enquanto o artista resistir
em sua caverna tão vil
enquanto o espírito ainda respira
e o velho pensador se alucina
haverá uma esperança
o talvez de uma nova dança
haverão estradas a percorrer
enquanto as pernas ainda se erguem
e as lágrimas suaves escorrem
haverão picos a escalar
mas no auge máximo da cordilheira
quando a vitória se me insinuar
quero escapar da satisfação
pois só uma nova luta há de me fascinar
em que eu sabia escolher
em que sabia o que pensar
foi-se o tempo
em que o coração mergulhava
e os nervos cantavam
hoje o rio que corria
formou por dentro uma imensa bacia
represa de torrentes outrora sadias
hoje o mar que rugia
está calmo e me mostra seu fundo
é uma dor ver o segredo do abismo assim imundo
foi-se o tempo
da rebeldia de adolescentes presunçosos
da mania de retroceder e inverter os pólos
cansei-me da mercearia
das negociatas do ouro de tolos
ou a agonia que se cansou
de mim e do habitat úmido e escuro do meu peito
hoje quando choro é por direito
é um lamento alegre que exige respeito
outrora soube entregar-me
apaixonar-me
desvairado e tão bem centrado
outrora soube agir
mas o conhecimento
ingrato me tirou as tintas dos dedos
me deixou com antigos medos
que pela força de uma brisa vou soprando longe
é quase uma postura de monge
perdi os prados e as florestas
queimados em vão no ardor da sabedoria
restou-me um arado sem sementes
fiquei um tanto demente
pelo veneno que há nas pessoas
busquei minha alma de cavalo
galopando pra além de todo desprezo
eu ainda tinha algum apreço
pelas peças que o destino podia pregar
foi-se o tempo
daquela perfeita ignorância
fulgurosa e imponente intolerância
foi-se o tempo
de mudar o mundo e os homens
que só bons pais farão bons jovens
perdi minhas chaves
desfiz-me junto das correntes
os cadeados estavam cerrados
mas os arranquei por fúria aos dentes
já vi tantos poentes
as pontes que atravessei
ninguém sabe isso eu sei
a paz que encontrei ninguém conhece
é algo tão distinto que só se merece
é um dom da terra que nos batiza
com a emoção de poder ouvir
mais que a mecânica do som
a altivez de saber ver
o que não cabe no arco-íris
sentir com o amor toda confusão
de enigmas que nunca quebrarei
quem sabe fui um rei
quando dançava com as borboletas
e o vento era meu mestre
quem sabe o que sei
por ter morrido tantas vezes
morte em vida que me refez
hoje eu dou graças
ao fim de algo que começou
pois não é pouco o que restou
dou graças ao dia e à vida
ela soube me moldar
fazer do sonho meu ar
e enquanto o poeta viver
falido anônimo e infantil
enquanto o artista resistir
em sua caverna tão vil
enquanto o espírito ainda respira
e o velho pensador se alucina
haverá uma esperança
o talvez de uma nova dança
haverão estradas a percorrer
enquanto as pernas ainda se erguem
e as lágrimas suaves escorrem
haverão picos a escalar
mas no auge máximo da cordilheira
quando a vitória se me insinuar
quero escapar da satisfação
pois só uma nova luta há de me fascinar
Baby Einstein
Não há frio,
apenas ausência de calor.
Não há escuridão,
apenas ausência de luz.
Não há maldade,
apenas ausência de fé.
apenas ausência de calor.
Não há escuridão,
apenas ausência de luz.
Não há maldade,
apenas ausência de fé.
Nota Bibliográfica
É bom
estar de volta,
A luz do dia
não tem preço, e
O poeta
ainda tem muitos moinhos de vento a encarar!
estar de volta,
A luz do dia
não tem preço, e
O poeta
ainda tem muitos moinhos de vento a encarar!
Do arbítrio cabível
E quando reafirmei minha fé
e pedi a Deus por uma direção
Foi então que ouvi
mais claro que nunca:
Vá filho surpreenda-me
tua liberdade, teus sonhos
São teus
Cria tua obra de vida
e faz-me sorrir com tua criatividade!
e pedi a Deus por uma direção
Foi então que ouvi
mais claro que nunca:
Vá filho surpreenda-me
tua liberdade, teus sonhos
São teus
Cria tua obra de vida
e faz-me sorrir com tua criatividade!
Toc Toc Toc
Quem tem coragem
de dar
Tem coragem também
na hora de receber.
Ninguém ensina nada
pra ninguém
a gente só aprende com a gente mesmo
Os outros
ensinam a nós
como ensinarmos a nós mesmos.
Se eu disser
que é certo
o seu errado
ele vai ficar certo
E não há nada que se possa fazer.
de dar
Tem coragem também
na hora de receber.
Ninguém ensina nada
pra ninguém
a gente só aprende com a gente mesmo
Os outros
ensinam a nós
como ensinarmos a nós mesmos.
Se eu disser
que é certo
o seu errado
ele vai ficar certo
E não há nada que se possa fazer.
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