Aguaí

Sob a sombra
Repousava
Ouvindo o rumor do mundo.

Da frondosa copa
Quedavam
Os frutos da vileza e da lealdade.

Tinha sede
Regateava
E a cascavel da sabedoria
Veio-lhe ter com sua opinião.

A serpente cantava
Sussurrava
E seu chocalho sibilava.

O som do sabor
Guismos
Abraçou moroso à dor.

Enfim mordeu a fruta
Hidratado de dulçor
Fez-se sério como pedra
E feliz como o pássaro verde.

Saciada a secura
Despertou
A verdade era cruel -

Do maligno viria o mel
Do venenoso o céu.

3 comentários:

Israel Silva disse...

Valeu, adão
Por ter mordido o fruto
Por nós.

Jandy disse...

olá, adorei o blog!
Seguindo tá.
Segue tbm
jandyscorpion.blogspot.com

Patri disse...

Sobre viver:
Era assim que vivia-se no meio da caatinga - nela havia formas ainda vivas de amar sob imensa dor... pois um bom trago da penúria trazia em si, a grande arte e graça de ser sóbrio e viver.

ESTÓRICO