Benfazeja

Oh, monumento da minha sapiência,
Musa em resplandecência!,
Me instigas com a sorte do eterno aluno
Me punes com a mão intolerável do gatuno.

Sentimento secreto
Amor em decreto
Cão genuíno
Bruto apolíneo -
Grato ao despertar de uma aurora cristalina
Bajulador de funesta indisciplina
Sóis incontáveis em chifre e crina
Vontades em fusão, endorfina.

Quando uma canção passa a aparentar-se um Mistério.
Quando a gratidão esmaga a melancolia.
Quando o Imperador de Tudo sai de férias e jamais retorna.
Quando a paciência digere a imponderância.
Quando todos os seres vivos da Existência sincronicamente constatam uns aos outros reais palpáveis deletreáveis consternáveis semelhantes.
Quando a irmandade ultrapassa a matéria.
Quando o coração abre as asas Caravela.

E ainda um gozo incalculável e inesperado
Uma implosão de consciência lasciva e soberana
O petrificante relaxamento do que enfim se deixa levar pelo Sim.

ESTÓRICO