Mutualismos

Não ouvira a voz de seu ármario
O jovem desatento esbarrou
Fez roxo à coxa
Quase se faz coxo
Mas não ouviu o aviso tão claro da mobília
Que dizia tende cuidado
Seje mais calmo
Não esbarres à toa
Em teus espasmos de ações gratuitas.

Não ouvira a voz do semáforo
O trêbado atropelou a criança
Passou batido nem viu
Que socorro que nada
Ele desconexo estava atrasado
Corria pro tempo de ver o pontapé inicial
Da partida de futebol duma quarta-feira imbecil
E o vermelho
No farol em alerta e na rua em sangue
Passou sem voz.

Ignorara o mofo e o musgo
Em sua goela perdiguenta
O banqueiro ria
E seus olhos azedos de traição ardiam
Nobre vingança do verde
Não regozijava realmente em sua chamada alegria
Ela era um espirro catalítico
Que o fazia odiar-se mais e mais
E por isso destruição era sua única saída
E lutava contra a umidade inerente
E pessoas morrendo.

Códigos impostos à força
Uma sociedade cega de bilhões
E todo niilismo arrefecido num bom banho de sol de meiodia tropical.

Que as hortas familiares hão de continuar
E vamos como sempre passar por de banda
Contornar esta manipulação genética decrépita
Que a Pindorama perdida há de sobreviver
Não vamos sucumbir ao envenenamento de nossa comida
Não vamos nos dobrar à proibição de toda cura natural
A Terra Brazyw tem a farmácia no quintal
Não vamos trocar os aceroleiros de nossa mãe
Pela palidez dos ciborgues adictos do fastfood.

Fastfood
Yeah
Mas a digestão é lenta
Lenta como a burrice aspartâmica
Lesmática.

Punhado de sal sobre esta nêura
Vejo a lesma derreter
Ah bela vingança poética
Não é o homem que é sutil mas sua crueldade.

Crueldade alegre
Do caçador brincando com a caça.

Pensam eles que brincam conosco
Peões em seus jogos de conquistar o mundo
Jogatinas da politicagem
Pensam eles que brincam conosco
Mas é diverso
Enfim seremos nós os últimos a rir
Pois a felicidade do amor segue
Dobra eternidades torna e segue sempre
Mas a felicidade do bastardo ganancioso
Esta nem nunca chega a nascer.

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