Faniquitos

Liberdade
Ilusão e trégua minha
Cegueira que me parte
Estilhaça
Em truculências da ginga orgástica.

De onde esta ojeriza contra a merda?
Perguntara denovo encolerizado
De onde vem este nojo abominável?
E então calmo
Ouvia gatos em cio
Rodeando suas núpcias tão naturais.

Eram inaugurações
De templos inefáveis
Mentes despertas
Brilhando nas estrelas dos sorrisos das grandes boas venturas.

E a memória vive ainda
Explode em matreirice
Nossos pés fugazes rogam
Pelo coração do cego
Que conhece o mundo pelo tato
Pelo faro
Pelo monocromo do canino
As mil vistas da abelha
Todo infravermelho orgânico que nos permeia
Ai espiral tão perfeita
Sou a ira do tufão nefasto
A maldade do tirano ignóbil
Ah materna gratidão
Ah meiodia de minha surpresa
Fiz sonhar
E tento e tento
O tempo é o grande sonho
Não tenho nada e possuo meu tempo
Tempo meu que é todo meu espaço
Ah vôo platinado
Maturado
Ai foice que poda
Ai vinhedo maturado de minha discórdia
Quero ser a luta pela vida
Pelo lilás que me honra
O renascer da emoção.

Ah alvorada do inesperado
Fizeste-me chorar
Desacalentado
Num assento banal de condução pública
Agarraste-me
Na voz dum cantor mendicante
Estiraste-me no pranto redentor
E a figura daquele homem vive agora em mim
Palco móvel interino
O latino cantou dandaras e odaras
Depois passou com o chapéuzinho
Três canções durante talvez quatro paradas
Mas ah tenro eterno
Sagrada lição
Hermetismos em cada esquina
Somos o povo com a batuta na mão
Pois que segredo-lhe comparsa
À tôa
A evolução do mundo é o samba.

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ESTÓRICO