Homeoxtático

Sonho inalcançável da vida perfeita
É o que sugerem os maduros.

Mas e se o mundo hoje é outro?
E se o mundo que eles vêem estiver distorcido
Debaixo de suas mesmas vidas
Distorcido pela própria experiência
E por isso condenado pela própria sabedoria?

Ah se esta juventude se desse conta
Ah se se desse conta da imensa guerra distante e debaixo do mesmo nariz
Juventude de mil facetas pluripolar
Renascentismos heliopatas
Gomas sortidas dos imprevistos
Nossas visões perturbadas.

Ah juventude de sangue de aço e enxofre
Roendo as enciclopédias da covardia
Quisera prostrar-lhe ao semblante tua mesma responsabilidade
Teu mesmo abismo funesto.

Nossos antepassados surreais
O fim da lógica do hábito
O crepúsculo dos deuses
Despeitando o clero persistente
Abaixo às sintaxes preludiosas
Abaixo às predições e predileções sinistras!

Sopro de mim
Que roga
Trazes o vento alheio ao meu seio
E faço-o meu
E me desfaço de tudo então -
Ah como quisera prostrar-lhe à face tua mesma responsabilidade
Ardil leitor.

Ah tú ó paciente!
Sapientíssimo!

Nos cabe
E cabe a nós -
Ser o que formos.

Pois o que somos
O que somamos
Isto é além de nós
É um antes de nós
São nossos sentimentos
Herdados de nossos avós -
Contrariedades ungidas ao berço
O vil encaixotamento urbano.

Engulo seco
Ora bebo
Ora fervo.

Nuvem daninha
Recíprocas
Sortilégio esfamaido
Dádiva vampiresca.

Ah sou vampiro do violeta
Imortal sob o sol
Tácito delinquente.

Dá-me tua ira
Dá-me teu sangue bastardo!

Faz-se-me presa
Dentada à jugular
Sugo-te o sumo
Esvai-se tua fé -
Ah indolente dá-me tua ira!

Dá-me teu ódio intoxicado
Dá-me teu conforto tua vigília dá-me o soberano em ti!

Destruo-o
Vês?

Faz-se poeira
Tua idolatria
Simbologia simiesca.

Arrependes-te?
Dói-lhe descer à instância do funil?

Força eia!

Ergue-te
Sacuda as juntas
O que restou.

Ah enfim página branda
Ah página branca -
Saúdo-me a mim.

A terra devora minhas entranhas
Mergulho solto plasma adentro.

Em frente
À Vida!

Sempre à vida
Sempre em frente à vida comparsas!

Em anéis e rodeios
Andagens aleatórias
Em empaques e pressas
Estanques ilusórios -
Sempre à vida sempre em frente camaradas!

Na direção difusa que for
Depois do limiar profuso -
Sentes já o retorno o sucesso?

Túm-túm
Dissera noutra feita -
Túm-túm túm-túm fustiga O Coração
Sem folga
Até que -
Até que.

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