Doce Deleite

Si pá
Lá vou
Vôo eu
Ao estrique da folia
Bonachão
Incontinente
Silencio-me
Em cio
Lobisosmagens
A cracatua e a calopsita cantam
Sim sim siriri sim sim!

Breque estroncho
Suor roto
Bebo da amarga
Ai cunhã
Tua luta impressa em teus poros
Provo-te
Desnudada
Tu és meu galardão
Tu és a sadia mania do meu varão!

Ah como te quero
Ai tanto que canto!

Ah como te sinto
Em todo signo encanto
Teus beiços finos delgados
Deitada à rede sob estrelas
Faço-te sorrir
Os pulmões arqueiam
Pernas joelhos entranhas bamboleiam
Fogo louco
Vou à festa do cabide!

Descambar-me da caustina
Desmembrar-me em cocaína
Sou o tuím da orgia
Ânsia sã de ruptura
Sapagens mouras
Venço o minotauro em mim
Tótem do tabú
Digo sem medo pau no cú
Com acento no intento
Cheirem-me os sovacos caretas infelizes!

Danço funesto
Lambo os lábio é meu gesto
Espalmo palmas
Ceia largada enfaço fumos
Vou de cardume
Atuns salmãos ó bons irmãos
Ginga rubra do açoite
Passeio incauto toda noite!

Vou de certeza
Perversa nobreza
Vou de bem me quer
Sou de quem quiser
Vou de amor mulambo
Na sina do mucambo
Ponho mesa de feijão
Aipim toucinho macarrão
Meto chifre na dengosa
Armadilha de vento e prosa
Quero todas as esposas
Pra largar bem das cousas
Quero todos os conradas
Expertar-me às espadas
Sou o lance que atrai
Ímã mago samurai
Sou o laço desfazendo
Escolho desentendendo.

Si pá
Lá vou
Vôo eu
Aos confins dos jardins
Becos soltos berros loucos
Por trás das moitas preces afoitas
Rasgo vestes quero coração e coração
Peito com peito ventre com ventre
Quero todo abraço mui caliente!

E ó amados amigos
Ó lúdicos da capoeira
Vamos que vamos a noite inteira!

Até o sol raiar
Pra treva se espantar
Vamos nos afogar
É de garapa nosso mar!

Me enrosco lá e cá
Nas espirais da musa sarará
Loura amena sol da terra
Calma borboleta em jatobá
Pra partida um bom óleo de copaíba
Mas se ferida nem procure por saída
Não me deixe sem beijo e queijo
Não me tires a harmonia no que vejo
Dou-te a mão
Sou bom patrão
Em dando prazer vinte vezes gozo
Quero time libre à cubana o entrozo
Aos calcanhares estrimiliques
Côxa e côxa os friquefriques!

Afoxé santa irmã da sarrafa
Evoé ígneo bróder em sinéxtia
Salve salve douda transfusão de sangue
Sambarroque ritmando os sem ranço
Honro a virtuosa catinga
Sou a herança em desencontro
Mistureba espessa clamando pátos
Sou a vermelhidão que tudo permeia
Escondido no branco platina do sol.

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ESTÓRICO