Do estado daquilo que não para nunca de rodar.

Eu vou fazer
bonitinho.

Eu vou fazer
do jeito que a vovó pediu.

Eu vou fazer
sim vou
bem do meu jeitinho.

Bem assim
desse jeito meio assim sem jeito

eu vou fazer cantar essa chibata
chegou sua hora de espartanizar
se é que chega um dia hora tua sobre esse mundo!

Chegou a hora de ser mármore
mármore rosa açucarado sambando tentáculos

chegou a hora de ser supremo cabresto de luz
é hora de tocar o berimbau pra Deus poder dançar

chegou a hora de ser a firmeza masterizada
os pulmões infinitos na maratona musical eterna
chegou a hora de agradecer e não pensar em nada mais!

Eu vou fazer.

Vou.

Bonito que só!

Vou fazer
do jeitinho que minha vovó pediu.

O passado todo vai me amar
por pegá-lo pela mão na pista

tudo que passou vai voar
porque puxei-lhe pela cordinha
e o peão não para nunca mais de rodar!

Porque o peão não para
nunca de rodar

o sonho da presença
não para nunca de rodar

as múltiplas dimensões
todos os multiversos frugais
a seiva as tosses o choque elétrico do tesão
eles não param nunca de rodar

-mas vai de nós conquistá-los:
conquistar o estado daquilo que não para nunca de rodar.

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ESTÓRICO