Pé de Moça

Não me deixe te dizer
em que acreditar
ou como fazer tuas coisas
viver tua vida.

Não me deixe insistir contigo
no que é o bom e o ruim
no que é a honra ou a desgraça
com quantos paus se faz uma canoa.

Não me deixa te dizer
como eu não deixei dizerem pra mim
como não permiti você se intrometer
nem abri todas as portas da alma -

Porque tais e quais portas abertas só atrapalham o trajeto!

Não me permita te ensinar
nem tampouco se faça de sonso
evite ao máximo pensar como eu penso
porque do que penso até eu mesmo pouco ou nada sei!

Não me deixe delinear em ti
as bordas e núcleos do sonho
os fios e gumes agudos da opinião
não me entregue teus valores
nem os deixe a ver navios
desfaça-se do modelo do exemplo
esqueça a regra e os títulos

-mas atenha-se ao que segue,
o fixo e ilusoriamente fixo
a aura da permanência irremovível

atenha-se ao eterno interino
à tensa ternura do que vem a ser
atenha-se ao sopro da imortalidade:

porque, realmente
uma imagem
vale mais que mil palavras.

3 comentários:

Daniele Dallavecchia disse...

Olá, meu amigo poeta! É verdade, uma imagem vale mais que mil palavras...Porém, sabe o que é mais triste? É quando dizemos a nós mesmos que o que vemos, o que está na cara, o que é o óbvio, não é real... Mas tem aquela máxima: contra os fatos não há argumentos... Te desejo um linda noite...

abraços

Israel Silva disse...

Juro solenemente
ser eu mesmo.
^^

Graaande Alika! hehe

Anônimo disse...

As natalidades pensamentóicas podem ser naturais ou cesarianas, mas tal qual a tv ligada o dia todo gastam ambas bastante energia
o/

ESTÓRICO