Mais Sobre O Grande Quarentedois

Plácido demente
Eu entre minhas desfocagens néoxamãs
Sutilmente perturbado por uma esquina
Estátua de ouro que eu fazia de mim
Fiz-me liquefeito novamente
Massa prima ao fermento.

Meu ser de barros e metais
Meu estratagema nú
Eternamente nú
Dissolvido
Diluído
Desmanchado
Uma nova forja de escudo e espada
Sempre num oceano de gratidão
Cantando canções secretas à alvorada do amor mundano
Ah este sim tão humano.

Os cocriadores que somos uns dos outros
Personagens numa mesma trama de drama e sátira
O violeta e o vinho que somos
A cura que somos uns aos outros
A cura que é nossa dignidade -
Dos timbres mais mágicos
O da grama
O do inesperado
Inocorrido
Do empurrado
Engatado
Do atravânque constante dos infinitos momentos entre si
Dos infinitos detalhes entre si.

Voam as águias sorridentes
Transmitem a herança da força
Pertinazes
Riem-se os ursos as fadas e os faunos
Cantando uma mesma canção silente
Comovente momento entre comparsas
Desafiantes
Divina soma entre fugazes.

E também nossas frugalidades
Nossos ódios refreados e toda soberba de nossa paz
Os aplausos entre lições de amados
Uivos escarlate fazendo arder todos os pés
Correr todas as naus
Nossa sacrossanta fogueira
Impossível de nossa rotina
Enquizilamento adestrado
A viagem única de cada ser
Sua memória folgando nos éons lancinantes do magenta
O Coração de Gaya túm-túm túm-túm.

Wakanimagaya
E A Grande Pergunta continua sendo
Qual é mesmo A Grande Pergunta?

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ESTÓRICO