Life: God's Dance

            "This is my book of dreams. Here I can dream, awake, only to wake up to the ultimate dream."

            Amar, é como cuidar de uma fogueira. Deus é a vida que vê toda vida começar e terminar, como quem cuida duma fogueira, dando-lhe a vida inicial. Em velas, gravetos menores, a técnica que for - é necessária alguma técnica ao princípio do fogo. Depois alimenta-se-lhe de gravetos, paus, toda sorte de lenha - isto somos nós - a lenha de Deus.
            Fogueira que brilhe tem seu coração liberto, um vazio tão preenchido de calor, são os pulmões que respiram, o vão divino onde a transição se dá. Ali não pode haver madeira. Isto é como criar um filho. Dá-se-lhe o soprão inicial, suas primícias. Daí em diante, é administrar a nutrição, saber escolher os galhos secos certos, aquilo que estale a arda da maneira ideal. Antes e depois, há seus momentos, em que um tronco precisa engrenar, pode até parecer que o fogo perde momentum - é ilusão - mantenha as brasas alertas, os sorrisos acessíveis, mantenha as fontes de água e vinho, o infante toma tentos, a fogueira ganha seu braseiro.
            O artista é uma brasa divina que se expõe à chuva, resiste à tempestade - e logo vem-lhe Deus soprar a alma, dá-lhe lenha e a chama vibra outra vez.

            "This is my book of dreams. This here is the life of me. In where the dream of day meets the waken breath of faith."

            Há um grupo de momentos - a Ponte - é uma sequência de compassos na canção onde tudo respira, se reagrupa. Arte é jorrar o hálito e antes cedo que tarde cumulá-lo como em represa - pra daí, tromba dágua, arrasar com todas as barragens, educar a alma da carapaça, dar-lhe lágrimas, fé, dança e fadiga.
            Mas Deus quer mais que tudo a alegria de partilhar o momento - isto que viemos a chamar aqui e agora, o tudo e o nada que nossas mãos inventam agarrar. Há alegria segredada entre tudo que vive, há alegria em cada instante indivisível, ritmo e música em cada fantasia de silêncio, na nuance de cada cor, há riso recluso mesmo na dor.
            Deus sopra sua fogueira, vê os gravetos quebrarem e ruírem, a fogueira queima, a fumaça sobe aos céus, há esperança na noite do ser, o mel da perfeição sussurra na umidade que evapora sobre o verde do jardim.

            "All is innocence and shall forever be - for though we may learn the mystery and solve it, we can't ever control the hand that draws the world."

Nenhum comentário:

ESTÓRICO