Ei garota de cabelos soltos na tempestade
deixa o vento falar alto levantando tuas ondas
ei garota morena de ouro
deixa o vento arrastar cachos e madeixas
desfaçam-se os nós da coroa
abram-se as asas da autonomia!
Ei garota de cabelos esvoaçantes
faz a tempestade rugir carinhosa
faz a inocência das cadências
permite-me o interesse
a persistência...
mas sem insistência!
passo liso
mas não passo sem amigos...
passo anônimo
mas não passo sem significado...
Ai grega fulô
sarará rubra magenta e doirada-
pelos cílios do poema
não os arranque!
Permite-me ser teu anfitrião
interino leito de teu repouso
permite-me lavar-te
os pés
a alma...
lavar das discórdias das remissas
lavar das desatenções dos atrasos
deixa lavar-te os pés
a alma
com as lágrimas de minha esperança...
funesta, ai funesta
obscura e eternamente obscura esperança!
deixa-me lavar das descomposturas as curvas e desvios
deixa-me dar luz à paz que sintoniza o infinito ai tão banal e dispensável infinito...
deixa-me lavar dos afogamentos fumegantes da bile toda tensão das tripas
deixa-me encher de água de ar de terra de sonho deixa-me lavar-te a lembrança...
cândidas psicológicas
tuíms extremos das respirações do fogo
o destino
sutil
calmo e livre
o destino
vem chegando
já vem vem chegando...
O Destino
já vem bem chegando
de mansinho
abrace-o
abrace seu destino...
Garota de cabelos soltos na poeira
aos ventos garoas granizos trovoadas
deixa o vento levantar soprar
as soltas tranças sob o sol...
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