Lunas Cordobenses

Sou mistério
amistoso

esfinge
com samba no pé
e sorriso no coração.

Sou império
audacioso

profeta
com pito no beiço
e baquetas nas mãos.

Sou paciência
e o ardor da iniciativa

sou também prudência
mas sem papas na língua
nem recalques de naftalina.

Sou insanidade
e a lucidez da ação

sou também probidade
mas sem medo dos tabus
nem freios na roda dentada.

Sou esperança
desgraçada

sou o inimigo mortal do mundo
que se arrasta por valores imundos

sou a voz que alardeia o descuido
a revolta amorosa contra o absurdo...

Sou criança
psiconauta

viajando por um túnel
entre o aqui e o agora

sou a sagrada amnésia
que revê as vestes e máscaras

sou o silêncio prolixo
dos dedos que acariciam ternamente...

-sou mesmo um quase demente
plantando enfim minha semente-


(eu acredito na juventude
acredito na juventude que canta
que se mete a trovejar
eu acredito na juventude
acredito na juventude que se levanta
que quer poder improvisar)


Sou mistério
mas mistério amistoso
sou teu amigo de gozo

sou esfinge
mas esfinge que samba
sou aquele amante bamba!

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ESTÓRICO