Queria fazer
da minha vida
uma homenagem aos amigos
uma homenagem
aos antigos amigos
aos novos e aos que nunca verei...
Queria fazer
dos meus dias
uma consagração
um agradecimento
profundo, sério, leve
uma prece com asas de borboleta!
Queria fazer
dos meus dias
grãos de areia
na ampulheta maior
do oceano de coragem
que o sol agita em sua luz...
Ah mas por este sorriso
quanto dei!
quanto destruí
quanto sofri!
Ah por este sorriso
úmido e misterioso
rapace
impiedoso
ah por este sorriso
quantos oceanos
a nado atravessei
quantos desertos
de frio e melancolia
em meu seio carreguei...
Ai solidão
do filósofo
do excepcional
te glozo -
glozemo-nos,
sou teu como és minha!
Tempestades sonoras
rebentam em torno de mim
não há permissão ao silêncio,
preciso do tempo amplo em que se fala...
Quisera fazer
dos meus sonhos
a fábrica de novas realidades
tirar amarula da pedra
encobertar refugiados políticos
dar horizonte de fascínio ao que aflora...
Quisera fazer
das minhas lágrimas
-das que rolaram e das que não-
da dor que não acode
do êxtase extremo que me sorve,
fazer de tudo minha unha e minha carne...
Quisera fazer
deste sorriso
ah este sorriso patético
uma escola
mundana
transmutante,
ah este sorriso
quisera fazer dele
o valor de minha existência!
Um comentário:
o que seria TRANSMODERNISTA?
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