Não deu pra ir na festa,
melhor foi cuidar da minha coluna.
Já não sou mais
aquele adolescente indestrutível
já não sou mais
aquele jovem de joelhos de aço
que pulava com tudo pro alto
e socava potente o um do compasso
que sambava com todas as juntas
e caía no chão intacto quando quisesse...
Já não sou mais
aquele jovem invulnerável
já não sou mais
aquele bicho que crescia pra todos os lados
que ficava em pé sobre a moleira
que andava plantando bananeira
que dava nas urticárias coceira
que flutuava sobre toda asneira...
Quem sabe um dia
quem sabe
quem sabe um dia
eu volte a sê-lo...
Quem sabe
quem sabe um dia
eu possa de novo
dançar
dançar como se fosse
um adolescente indestrutível
de joelhos de aço
e pulmões sem fim
dançar como se fosse
aquele jovem inteiriço
de olhos livres de tersol
e ciático irretocável de poder...
Já não sou mais aquele,
mas
quem sabe,
quem sabe um dia...
2 comentários:
então agora colocarei um colchão de leve sob teus pés,
para amortecer seu joelho...
Te chamarei, bem de leve,
no pé do ouvido,
vem comigo,
gingando agora bem suave,
no ritmo du coeur, baby...
sinta seus pulmões tomarem bastante ar,
dando espaço para seus pensamentos,
claro, agora não é mais aquele que pulava para sentir toda adrenalina,
pois que também não quer perder nem mais um detalhe...
abra os olhos e ouvidos,
que toda invulnerabilidade passa,
porque toda vulnerabilidade passa com ela...
porque o problema do conhecimento
é o passo sem volta,
asneira por asneira,
no final das contas,
é só mais asneira,
e, bom, a vida é bela,
Por outro lado,
quando passei um dia inteiro viajando,
conhecendo lagos, igrejas em cima de montanhas e caminhos de lavandas
no sul da França,
foram nos meus joelhos
à la "Estiquepuxa"
que pensei,
quando - após todo esse dia de sobe e desce, pula e nada,
me convidaram para ir a uma festa trance em Marseille, uma cidade vizinha, para a qual teríamos de enfrentar a incerteza de saber se tem ou não ônibus na volta....
foi então que resolvi ficar
chez moi
:)
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