A barra
é dura
e pesada.
A barra
é fixa
no esquadro
da porta da cozinha.
A barra
é escola
e profissão.
A barra
é despenhadeiro
abismo inventado
entre uma e outra salas.
A barra também pode ser um galho
que seja bastante rijo e reto para tal,
pode ser qualquer túbulo sólido e horizontal
arejado e espaçado seu suficiente requisitado.
Pendurado na barra
faço dela a quina
do penhasco,
de repente os punhos
são o elo último com a vida
e pergunto inflexo à gravidade:
se em imaginação
esta barra ao pórtico banal
fosse enfim a queda fatal e real,
por quanto tempo ainda
por quanto tempo suportaria meu mesmo peso?
Se a falência de meu apego
significasse minha morte
quanta dor eu abraçaria,
quanta aflição e terror,
quantos partos faria de mim mesmo?...
2 comentários:
quantos respirar conseguisse sustentar... quanto do morrer e renascer ainda identifica alguma forma,
e identidade...
personalidade...
até desaparecer...
talvez...
Mas a mesma barra pode ser, nada mais, que a alavanca. Alavanca que te leva ao seu fulcro. Ou mesmo, um bom ponto de apoio para cruzar com tua jangada sobre o rio. Tua arma de ataque e defesa. Reiventada em tantos cenários. Com o tempo, que chegue a ser sua bengala amiga.
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