Políquiros

O poeta
sabe
coisas...

-ah, se sabe!

e sabe mais
por não sabê-las
medidas ou extensas...

Onde está
realmente
a poesia do mundo,

os que amam, sabem:

ela está principalmente
em não saber
exata ou pontuadamente
qualquer coisa...

talvez...

as coisas,
que nos saibam?...

(de tanto amor que deste, agora te quero retribuir)

Me deixa,
me deixa entrar...

Por favor
é só isto
pouco que peço:

me deixe
sempre
entrar
em ti

me deixe
sempre
ser o sopro
musical

o baque
sonoro
sensato
do acento metálico

o encontro
do ponto
na síncope
do compasso...

me deixa entrar
sempre
por todos os lados

por todos os centros
todos os núcleos
e quimeras imaginárias...

(de tanto que deste, agora te quero retribuir)

A urgência
grita
berros de amor
afoitos

-um sentimento
que não se podia esconder,
o medo
de que a grande árvore caíra!

Ai, este meu sorriso torto
este nó cego no âmago -

O Sonho
evanesceu...

mas a mãe
guiou
através da perdição,

A Árvore
realmente tombou,
mas ouça bem filho meu:

se eu tivesse
força para tanto
eu te deixaria
aos teus próprios desígnios,

mas não...
te imploro:

traz-me de volta!
salva-me, suplico-lhe!

Sonha outra vez!

O Sonho morreu...

mas outro ainda vive secreto!

Sonha outra vez!

2 comentários:

Sopro Vida Sem Margens disse...

...Tentemos...tentemos que o sonho nos sonhe outra-vez...

Fabuloso!!

Um Beijinho
Assiria

Gabriela disse...

uau! :)

ESTÓRICO