Prenhez

Porquê:
Separa eu de você.
Ímpio, irresoluto, preguiçoso novo.
Alta madrugada a lua minguando
Eu e o shin-tzu sem pátria em cama de viúva deslembrando.
Bambu fatiado assassina,
Guardiões da luz espreitam.
Nada pode deixar de soprar -
E o vento... uiva...
A cabana queimou, as cinzas se espalharam,
A família herdou
A relva.
Sorte pela qual:
Define além de eu e você;
Que o Destino é espiralante murcha folhinha em queda.
Que Deus é a síncope dos tristes ódios
E o stacatto melancólico da alegria não pode ter nome!

As paredes - frias:
Todo canto em recanto reprimem,
Todo pranto lisas inertes aprisionam.
O verde chamusca - e dez dedos estalando juntos!

Em brincadeira de saci, corte fora as pernas demais:
Sem raiz rija brotam o orvalho do rosto da planta
E a vida calor da aquarela.
Sem receita nem palpite cura-se-se:
A fé.
Oliveiras crescem só ao azeite?
Ou o propósito governante é assim desconcertante?
Razão através daonde:
O papel virginal - nem eu nem você.

Simplória destreza
Cães ladrando contando dos solavancos do dia,
Dos barrancos por onde rolam sem volta os homens...
E o Branco numa noite estridente
A sugestão do frio adjacente
Sussurrando a um e outro amante em sonhos que se esquente.

Mil lisonjas sem rumo, e, ah!,
Que sei eu de mim?
E por que hei de saber?
Natural... porquê haja você!

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ESTÓRICO