A palavra pede arrego e descarrego
É disso que se há de sentir saudades
São essas as saudades que vou fazemdo
Aquilo que despois vou dizer que foi o mais bonito que vi e vivi
De pena branca ao cangaço
Estremelicando sutil baforadas cervejentas de meu orgulho brasileiro
No baião de roda no passinho saci que vem desvendando o coração
Pelo passeio demorado
Em avenida conturbada de feriados
Papai noel nalgum lugar tece fantasias reais
Há quem presenteie mesmo o indigente cadeirante de pele negra tão negra mas dentes bonitos que não deixam a gente ficar com dó
Deus há de cuidar
Que eu me cuide pra que o Senhor cuide de mim
A noite cai
Sonhos nascem sonhos morrem
O coração pulsa alto e há uma pitada de loucura na felicidade mais profunda
Clássica esquina afinada em humildade
Sob postes caiados do alaranjado do magnésio que se mistura com o por do sol
É dia e é noite e a batucada respira
O ganza sacoleja e bebo paz
Mansidão é meu nome do meio
Que o primeiro e o último nem te conto
Sofismencantos
Da treva nasce a luz
E o negro é o pai da liberdade
É disso que vou sentir saudades
Que vou lembrar de quanto é bonito
Essa esquina clássica que é a suprema consolação
Daqui ao paraíso num passo
Mas meu negócio é capote valente
Trisco farpelo me divirto rente
A magricela de shorts laranjas levantou pra sambar
É contágio de alegria e a cerveja do poeta não pode esquentar no balcão.
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