Ginecosofia

A vida
É o útero.

É útero em cada nada
É útero de tudo em cada tudo.

A sopa salgada
Denunciava a paixão
Sempre livres
Elas queriam correr.

A caverna soturna
Cavocavam
Toupeiras bacantes
Alargavam a foz!

O amor
Derrubará todas as paredes!

A força no amor
Maestra sobre a dor
Abrigará fulgor
Aquietará todas as línguas.

Mil terremotos!
As fendas dançam!
Mil mananciais inodoros!
Ah erotismo primordial que me assombra!

Diz-me
Diz-me agora
Teu nome
Canta tua sombra.

Coça os cílios e diz
Diz o que é que precisas fazer
O que é que precisas conquistar?

E é em nome de mim?
Ah profano ingrato!
Não é em nome de mim?
Em nome do último nome além do nome?
Em nome do nome que reúne os mais brilhantes nomes?

Fantasias
E depois questiona
Rejeita e renega
Mas bem vos digo
Bem vos digo pupilos e musas:

Perdessem-se as tuas fantasias
Perdiam-se junto todas as alegrias.

2 comentários:

Marielle Alves disse...

O que desperta uma mulher, né? Um mundo subterrâneo de tantas fantasias onde se emerge a alegria.

Gostei de apreciar a sabedoria dentro do seu poema. ^^

El Compostero disse...

'a mulher, que é meio e princípio, que é o fim'...

agradeço muito pelo pensamento compartilhado, Marielle! um abraço

ESTÓRICO