Ode Sinantrópica

Desponta a alvorada
Desgarra-se o dia
Sob o véu pesado da garoa.

A novidade
Cintilante
Perdoa em arrepios idôneos.

A Terra
Jejuava
Purificava-se -
Queria expurgar os vermes do instinto!

A cada respiração
Em algum lugar
Alguém morre

Alguém goza
alguém grita
alguém chora,

em algum lugar
alguém rosna grasna e ruge
alguém alça vôo sem penugens,

a cada fôlego
em cada trago meu
alguma alma entra e outra sai...

Mas
Que sabe do sonho
O sonhador?

E por que tem de saber?!...

Por que então
Haveria de saber
Da vida
O vivo?...

(...desponta a alvorada, desgarra-se o dia sob o véu pesado da garoa...)

Um comentário:

Jandy disse...

Nossa que belo texto!
É um turbilhão de acontecimentos..
Muito bacana, beeijos!

ESTÓRICO