O Antropoclasta

De batepronto
quando se vem ao mundo
tudo se enxerga
mas pouco se entende,

de lapada
quando se é infante
vê-se o próprio tudo
mas nada dele se compreende.

O bicho cresce
não tarda tolda nomes
demarca separa pontua

não tarda
o bicho vê as formas
conta espreme quantiza

não tarda
o bicho marca tudo
e já não vê mais a imagem,

já logo bem capisca
tão breve se entende
se desespera da mensagem.

Vem a avalanche
Tromba d'água mortal!

Arrastaram todos os nomes
derribaram todos os ícones
foz abaixo os conceitos
despedaçam-se os efeitos...

Então a imagem
faz-se nova,

sem os marcadores
lisa e estupenda
a vida se reapresenta
ao que é dos olhos nú...

(lá no alto,
bem longe,
lá no alto bebi
de douradas fontes,
puras e cristalinas,
longe
das mãos da canalha
e sua sujeira,

redescobri
a alegria
além de todas as tristezas)

2 comentários:

Israel Silva disse...

É sábio e mágico crescer sem deixar de ver a beleza das coisas, o brilho por trás do óbvio...

Patri disse...

Nunca me saiu da mente que as tristezas são grandes falácias...
Perde-se tudo e se é feliz.
Há sempre algo de novo,
É luz de aurora,
É virgem o cheiro da manhã.
E a gente nunca conseguirá compreender a medida, a profundidade e peso dessas afirmações.
Posto qúe é finito esse dia,
E que há sempre o novo.

ESTÓRICO