Certismo

Só os derrotados
Vêem o erro.

Os satisfeitos
Vêem em sua satisfação
A prova cabal da perfeição.

6 comentários:

Patri disse...

Não discordo nem concordo. Talvez possa-se falar em vitória ou derrota, mas a beleza é mais polida que isso. (pretensão minha, eu sei)
Polida no sentido de lapidada, assim como uma pedra.
Talvez vitória e derrota nem exista, porque como disse é uma questão de ver. E se não vêem, bastam que abram os olhos, ou lhes dêem espelhos... e assim, apaga-se a diferença.
Por que não?

El Compostero disse...

Alcançar a beleza que transcende às dualidades não é também uma vitória? Concordo, é exatamente questão de como se vê... o derrotado é aquele que não conseguiu, talvez, superar sua dor, e esta prosperou mais que os outros instintos, sobrepujando o ser com uma filosofia pessimista.

Patri disse...

Talvez a derrota de Um, também seja a derrota do Outro, mesmo que este tenha ganho. E vice-versa. Nisso que se apaga a diferença.

El Compostero disse...

Mas daí te pergunto, que seria de nós então sem a diferença?... não haveria mais distinção entre alegria e tristeza, saúde e doença?

Patri disse...

Sim e não. Conforme o referencial.
Se a saúde de um é a doença do outro, não; se a riqueza de um é a pobreza do outro, também não. Mas se a alegria de um supre a tristeza de outro, vale a diferença. (sei que tem uma série de questões embutidas nesse diálogo, mas a ideia é de que a diferença vale para levar a um ponto melhor os que se opõem em qualidades).
Assim, para os derrotados, uma compartilhamento suave de amizade dos que são satisfeitos.
E disso, a diferença passa a ser um obstáculo transposto, e se tornam, nisso, iguais, e satisfeitos.
Algo como pensar que os bons vínculos retiram pedras de tropeços e barreiras, por isso, uma anti-modernidade no trato social e mesmo com diferenças, a possibilidade de se sentir em comunidade, um lugar de pertença e amparo.
E isso vai de laço em laço, por isso, tem horas que não vale a diferença, porque esta também pode significar a incapacidade do satisfeito não segurar a mão e não abrir os olhos do derrotado. E daí, até o satisfeito passa a ser derrotado.
E assim, concordar ou discordar com a diferença, vai do referencial.

El Compostero disse...

"a vida sai sempre ganhando"...
Não é bem a questão do um em relação ao outro, do um 'em comparação' com o outro, mas sim do si pra si, do 'eu consigo mesmo'.
Acredito porém no que disseste sobre as compensações, que o satisfeito que consola o 'pobre' redime a tristeza em sua medida, mas não creio que aqui se tratasse de vencedores e derrotados num sentido 'quem venceu quem e quem perdeu de quem'...
O xis é exatamente a referência, a referência que cada um faz de si em relação 'ao todo', à sociedade, aos outros indivíduos (mais ou menos 'bem-aventurados' que ele)... com essas opiniões sobre si mesmo, cada um vai construir sua relação de 'vitória ou derrota' pra com a vida inteira, pra com a existência como um todo (um Deus que ouve, quem sabe?...)
A vitória de cada um é contra si mesmo, é a luz e a força do eu sobrepujando a cegueira, a treva, a submissão, o conforto, a falsa paz... a derrota é a conclusão 'pessismista', negativa em relação à vida, é julgar a existência como uma penitência e castigo.
Gratidohm, Patri.

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