Da Demoncracia

É chegado um novo tempo
É chegada uma nova era
Um novo momento.

É chegado um novo tempo
É uma nova era começando
E precisamos de um novo movimento.

Estamos finalmente vivendo
A grande revelação da verdade social
Chegou o tempo da grande justiça
É hora de acordarmos de um longo torpor
De um sono de milênios e milênios.

Nós acreditamos
Ah pobres inocentes
Acreditamos na humanidade
Na república
Acreditamos na comunidade
No ser humano.

Acreditamos que temos leis
Que superamos todos os reis
Acreditamos que o mundo corre certo
Nas correntes do tempo inescapável
Acreditamos que há alguém fazendo algo certo
Em algum lugar muito importante
Lá onde nossas grandes soluções planetárias estão sendo trabalhadas
Lá nas instituições e organizações paras as quais trabalhamos e pagamos
Com nosso sangue e nossas crianças por estas mesmas soluções.

Mas ah meio dia cruel
Ah carrasco perverso e sádico
Médico louco e paciente
Ah maldade que corrói o mundo
A verdade é obscura e dolorosa
É o grande susto de toda virtude honrosa
De toda altivez dadivosa
A grande verdade é nojenta
E pungente como um soco certeiro ao queixo.

A resposta não era um número
Era uma história
Uma longa história de melindragens
Segredos
Assassinatos e conspirações
Era a história da busca pelo poder
A crônica que contava dos maiores tiranos
Aí estava a última verdade social apanhável.

No princípio do que chamamos civilização
Grandes homens primeiros
Iniciaram os primeiros impérios
Eles caçavam em bandos à massa humana
Pescavam e domesticavam os humanos mais toscos
Educavam os selvagens em hábitos básicos e os arrebanhavam.

Então o fatídico
A evolução da agricultura
Famigerada e amada evolução da agricultura
Que nos libertou do desespero sem fim da vida nômade
Evolução da agricultura que nos suplantou vitoriosos
A ferramenta final
O divino conhecimento em floração
Mas daí ai daí
Chegou o dia em que compreenderam
Que uma pessoa trabalhando a terra
Podia cultivar bem mais que precisava pra se sustentar.

Então se alguém trabalhando dia a dia
Produz excedente excelente além do que consome
Está feito o primeiro lucro e o primeiro dividendo
Está clara a bela idéia que é possuir humanos!

Está clara a maravilhosa
Esplendorosa idéia de domar e se apoderar de homens e mulheres!

O lucro!

O excedente!

Eles nos dão longevidade
Nos dão poder e saúde
Vida e tempo
Tempo que é o que todo espírito mais quer!

Ah dor do parto!

Ah mil dores de mil partos!

Quando olhamos um mapa do mundo
Não são países separados pelas linhas
Não são os povos divididos por fronteiras
São fazendas
Fazendas de gado de gente
Com nota fiscal e marcação a ferro quente!

Ai quanta cegueira da origem ao meio
E assim principiou a escravidão
A posse de homem por homem
E os refinados barões e suas bancas
Prosperaram.

Impérios cresceram e guerrearam
E por um tempo isto foi bom
Por um tempo nações eram regidas por líderes
Por sangue ou por conquista
As populações eram guiadas por mestres eleitos.

Mas o verme da ganância não deixou de roer
No coração da terra plantou sua ignorância
As nações uma a uma caíram
Corrompidas e torturadas
Contra o muro uma a uma as uniões cederam
Pouco a pouco um novo deus nascia
Um novo nome para um novo poder
O dinheiro nascia
O estado nascia como máscara de um governo ilusório.

O dinheiro era a nova chave
Era a magia negra da usurpação materializada
Ele agora distinguia a nova aristocracia
E ah como ela prosperou e tem prosperado!

Quanto vale o indizível
Quanto fica do incrível
Do bestial da revelação?

Quanto ainda suporta qualquer um
Quanto ainda pode ouvir um ouvido delicado
Quanto ainda pode tolerar o esperançoso?

Frívolas perguntas
Os líderes eram desconhecidos
O derradeiro trunfo
Um império invisível
Enterrado sob milhões de camadas falsas
O verdadeiro governo ia em verdade muito bem
Muito bem das pernas!

Banqueiros
Tiranos mentirosos
Máfias e famílias bem tensionadas
Só gente fina da alta
Finérrima
Os corporocratas reinavam cem anos atrás e ainda reinam.

São eles os donos de tudo
Eles os donos dos bancos pra quem todos os países devem as cuecas
Eles os oligarcas da energia e dos combustíveis
Eles os milordes das guerras e dos tráficos de drogas e crianças
Eles os degenerados colocando abaixo todo verde em nome de nada
Em nome da mais pura volúpia da dominação.

Com pesquisa ou sem pesquisa
Nova ordem mundial
Iluminatti
Comissão trilateral
ONU
Chame como for chamar
O mundo na mão dos bancos não vai durar.

E que pode o cidadão comum fazer?

Pesquisar
Inquirir
Buscar e ler
Permitir-se a morte simbólica
Permitir-se a nova possibilidade
A nova emancipação
A nova noção da realidade que circunda e permeia.

Se eles são os donos de tudo
Que comandam as inflações como um jogo de tabuleiros
Que decidem as agendas e as guerras
As mentiras e as encobertações
Se são eles os que pensam tudo
Que veneno iremos comer com nossa comida
Que destruição iremos causar à terra e à vida marinha
Como educar nossos filhos
Em que investir nossos espíritos
Se são eles que ordenam tudo e nos ordenham desavergonhados
Como vencer?

Se são os donos de todos os exércitos
E todas as corporações
E todas as estradas e recursos
Se são os donos das redes de televisão
Dos jornais e da internet
Se conseguem ler nossas mentes com máquinas
E querem nos implantar chips e nos adestrar para além de toda salvação
Como ao menos discutir uma possível vitória?

A guerra está correndo
Invisível
Secreta e bem debaixo de nossos narizes
Sete dúzias
Contra sete bilhões.

A guerra
É por nossas mentes!

A guerra
É por nossas mentes e corações...

A guerra é por nossas consciências
E a vitória da elite de Wall Street é a derrota de Mãe Gaia.

Estamos todos repletos de ótimas intenções
Então direcionemos nossas energias todas ao berro de alerta
Ao heróico brado retumbante que exclama a última verdade social!

É chegada uma nova era
Um novo tempo
Um novo momento
E precisamos de um novo movimento.

Um movimento de informação
Em que voltemos a discutir do mais importante
Pois como disse Marthin  Lurther King:

"Nossas vidas começam a morrer
No dia em que nos calamos sobre as coisas
Que são verdadeiramente importantes."

Um comentário:

Patricia disse...

"A atmosfera desse meio é condicionada pelo arranjo de sua tecno-estrutura de tal modo que nele o indivíduo é movido por um sistema de motivações que não o integra perfeitamente no universo que a técnica criou, mas também o incentiva a conceber aquel com que sonha apenas como um imagem mais refinada, mas não fundamentalmente diferente, daquel que é seu cenário contidiana. (...) A tecnia desvalorizou os profetas". BURDEAU, Georges. O Estado.

ESTÓRICO