Papada

De quando em quando
Enquanto em encanto
Alquebra-se em pranto.

Alquebra-se jovem e senil
Sob o pranto que transborda
E transgride a esfera sem borda.

De quando em quando
Nota-se valoroso
Relembra a sã paixão
Da adolescência idealista
Perde-se no eu passado
E faz trampolim ao eu remoto.

De quando em quando
Nota o mundo pavoroso
Recorda-se das dores mais pungentes
Ah as dores mais pungentes ele sofrera
E elas eram o crucifixo do comodismo
O planger era pelo homem que se perdera.

Sofrera antes por si
Por seus próximos
Mas quando enfim descobriu
Qual era vera a pior das dores
Engasgava em mordaças
Via o homem de frente à televisão.

Sofrera muito por si
E por seus chegados
Mas a dor mortal era pelo homem
A escarra tenebrosa era o medíocre
Ai como chorou então pelo homem
E como aprendeu a desprezá-lo.

E por desprezar ao homem
Aprendeu amando a mandá-lo
Mandando então em si
Mandou-se à virtude
Aos raios que nos partam
Ordenou o fim da ordenha
O fim do ordenado.

2 comentários:

Lahra disse...

Foooda! :D

Patricia disse...

Um pouco do ser em negar os absolutos requisitos, que não trazem destreza, mas que põe a mesa sem beleza.
Um pouco mais em observar a constante contradição sem pestanejar.
Um tanto de si, em bondade, que é coragem, para sobre a corda não bambear em ilusão.
A exaustação do ser em se doar, sem perceber, negação do trono da vaidade. Destronar a obviedade.

ESTÓRICO