Sermão Do Fauno

Ah noite da cidade
Santa douda sem idade
Desde Grécias e Egitos
Palco livre dos agitos
Ah noite na cidade
Treva e gozo em divindade
Paz dos feios e malditos
Maquilagem aos detritos!

Ah negrume sem nome nem rumo
Vazio indiferente em aprumo
Cantas silencioso tua esplendorosa lira
A harmonia das esferas em pombagira
Ah foice consoladora dos bailarinos
Noite bestial e delicada troando sinos
Evocas o fauno sua corneta seu varão
Quer nova temática à letra - sã ação!

O repique de batuque salsarica
Estrimilica meu coração
Ai musa amada distante pudica
Fremo os pés em devoção
Vejo surgir no horizonte uma lua cheia
Que anuncia dor de parto - farta ceia.

É tempo de inventar-me um novo amor
A mim e a minha rainha sem rosto
Hei de preparar elixir de denso sabor
Um chá da Amazônia de amargo gosto
Pra mór de fortalecer a minha prole fogoza
Fustigando-os com as vergastadas do gingado
Libertarei-os no seio da verdade imperiosa
E nosso segredo profundo será a ordem do reinado!

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