Saravás

Salve às Xivas da Silva!
Salve mãe cabocla do sertão!
Salve os padrinhos e aliados!
Salve Chico Mendes e Mussum!

Ao povo do realengo,
Aquele abraço!

Banana pro domingo,
Não quero estar dormindo!

'Bananas!, bananas!',
Já dizia o piadista.

Salve Mãe Iemanjá!
Salve Ci, Mãe do Mato!
Salve nosso Imperatore sem caráter!
Salve a sanha do Brazyw!

Mah quê!
Pois pois!
Ora bolas!
Sensacionalismos!

É, só.
Possacrê.
Bote fé.
Concertezas.

Tiozão faminto,
Moleque sabido,
O carente no colo,
A menina de fada na fantasia do estrangeiro.

Êia, povo de Deos!
Creaturas iluminadas do café com leite,
'Mani!', já dizia, em nome das filhas da macaxera.
Creação formosa
Nos vagos dos planos e planaltos
Nas danças de quentes e frios das brisas redemunhantes.
Creação tão bela
Esta imensa primavera
Lar de mansidão mesmo à fera
Instigando comoção da vera.

E mesmo ainda distante do próximo pranto,
Mesmo ainda controlado e seco e rígido em deletrear de segredismos,
Mesmo inocente em excesso de poder,
Não me dóem as mandíbulas nem me desespera a loucura.

Mesmo em sandismo apócrifo e extramemente dubitável,
Mesmo em cínica profilaxia e lúcida anomalia,
Mesmo em fustigante inspiração hiperbórea,
Não me creio detentor de qualquer ulterior segurança espiritual.

Como o parto dum dragão.
Ou a morte em guerra contra o inimigo invencível.

Como uma pluma de platina
Esvoaçando arrepios às nucas
Levando fumo aos lábios
A satisfação da semente que germina.

Salve Paim Iexuá!
Amém.
E amemo-nos, mas não amenamente!

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ESTÓRICO