A vida
não é o que ela é:
ela é
o que fazemos dela.
Quero a prudência
que é a coragem astuta
que conhece seus riscos.
Quero a loucura
que é a prudência foragida
que corre quando se tem de correr.
A vida que vemos
não é a vida que a vida é:
ela é
a vida que nos fazemos ver.
Quero a aptidão
que destroça a ciência
que coroa de begônias a arte.
Quero a solução
que é imensa interrogação
que desbanca todo teorema caduco.
A vida que sentimos
não é a sensação que ela é:
ela é
o sentimento que nos fazemos sentir.
Quero a disposição
que dá ao caos criatividade
que impõe ilusão à toda verdade.
Quero a malícia
que é silente intimidade
que destroça todo medo de uivar.
A vida
não é o que ela é:
mas sim
e somente
aquilo brilhante ou opaco
que façamos com que ela seja.
2 comentários:
Verdade amigo, a vida não tem sentido intrínseco, senão viver. Cabe a nós darmos um sentido maior para o nosso período de existência.
Malabares da realidade: aquele que destrossava lágrimas no sinal. Brigava ali por pedaços de papelão em noite fria e chuva fina.
O orelhão era o marco, a referência da morada.
A calçada.
O olhar sofrido e o semblante desfalecido... em pele ardida em tons de sol e realidade.
Seria essa a realidade transeunte que mal toca minha retina?
Seria da ilusão o expurgo da realidade da fraternidade?
A solidão - nossas distâncias - esquecimento do fraterno?
Se realidade é o motor carne que paupita em nossos verbos, sendo paupável na medida em que se aproxima e se afasta das linhas, o que seria aquilo que existe fora-lar?
Apenas uma ilusão cortante?
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