Viveu certa vez
um homem sábio,
um grande amigo dos homens.
Era benévolo
e cheio de intenção,
este homem de lácteo odor
amava ao homens
e dava-lhes música,
dava-lhes torpor e látego!
Viveu certa vez
um homem grande,
imenso em suas curtas penas
erguia nas manhãs
o palácio das certezas,
para à noite pô-lo todo abaixo
pra dançar sob as estrelas
e banhar-se do sol do luar,
pra caiar de valsa e loucura.
Este homem
certa feita chocou-se
ao dar-se conta
de que descobrira
a derradeira palavra
o ultimatum termus:
esta palavra
mui específica
que ia entre simbioses
mutuações e dinâmicas -
pelo azar dos azares
esta suprema
suma palavra
fora esquecida!
- -
Viveu
certa vez
um homem dos homens.
Ele havia descoberto
a palavra das palavras,
mas esquecera-se qual era.
Eras se passaram
ele nunca havia se importado
com o monumental fato do esquecimento:
jamais se arrependeu
e apesar do fardo pesado,
não deixou de erguer sua alegria sobre o horizonte.
Até que
no melhor dos dias
algo gracioso assaltou-lhe
a memória de seus dias
primeiros
primevos -
como era outro
mas também o mesmo,
este mesmo que ainda se recordava.
Enfim,
em sua dia mais feliz
no desiderato de sua ambição
decidiu-se
levemente
havia instaurado a grande palavra
a que ocuparia o pódio
dentre todas as palavras
do propósito do significado:
a palavra perfeita
era:
Mãe.
Um comentário:
excelente!!!
abraço
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