Do Aguardado Dia

Vim cantar
Os novos deuses.

Vim parlar
Das boas novas.

São Denúncio
Nunca fui catequizado
Jamais serei canonizado
Sou o santo serelepe!

Sou o sacro
Que despensa o sacro
E dispensa os sacais.

Sou o fauno
De postura ereta
Rugindo trombetas
O Anfitrião.

Sou o purificador de olhares
O maravilhoso desastrado
Sou o que consola os castrados.

Mil olhos esbugalhados
Esquadro obtuso de ombros
Sou o dragão que assovia
A grande serpente alada.

Sou a mão
Que desdivide as coisas.

Sou o sal
Que nosso sol adivinha.

São Tocantins
São Amazonas
São Danúbio Vermelho!

Sou todos os espíritos
Que correm à superfície das águas
O cristal molecular desiderato
Do capote valente.

Sou chuva de pedras
Imensas catastróficas gotas
Sou a eterna tromba d'água!

Alargando sextas margens
Expondo óctuplos sentidos
Sou o fim do número tirânico
A vitória da linha sobre o ponto.

Sou a ânsia de cimos
O escalador unisso
A adrenalina e a serotonina!

Sou o fim de toda ciência
A super nova original
Cadência fixa do varão
Sou a extinção dos elementos!

E na bifurcação
Inescapável
No grande tê
Do meu tesão de viver
Quero ser ambos os caminhos
Quero ser tudo que não sou
Pra criar meu mais precioso -
Meu calipígio imoral.

Um comentário:

Ana Carolina Ralston disse...

claro que lembro :-)
bom saber de vc tb e ler um pouco do que vc escreve
bjin

ESTÓRICO