Negócio

Abrir bem todos olhos
Aprumar-se ereto pétrio
Equilibrar verbos e hálito
Genética e fenética cósmica.

Tensão desenrolada em eixo
Arrepio assustador denunciando a natureza de energia
De biomassa ululante suave sutil
Ondulantes chapadões plásmicos cristais
Ressurreições de ventos e águas refrescantes
A brisa do mar
Um vizinho de condomínio usando a serradeira contra algum cobre
O ventilador no três
Fortaleza incrível ô meu Ceará!

Relaxar as mãos
Relaxar o coração das mãos
Respirar o sal da fêz viva
Ai tiros em meio da rua!
Ai balas perdidas da esquina violenta
Mulheres gritando socorro estridente
À beira oceano
Caboclos descontrolados da grande esquina
Pânico e furor dominam o horizonte
Ai sarrafas de espoleta
Ai medos desgovernados da imprevisão
Brasil escorraçado
Chibateado ao osso
Brasil feliz ignorante fechado em arcondicionado
Vacilando entre frízeres ambulantes chiques
E a oblonga tropicalidade
Vera ardência transparente equatorial
Sopra fétida decomposição das toneladas de caranguejos camarões e lagostas
Se nado sempre enfrente dou com caras em Mama África!
E a histeria das vítimas dos assassinos de aluguel em plena Santos Dumont
Passa esmagada sem testemunho
Silenciada nos jogos virtuais.

Talvez preguiça
Que não deixa corrigir
Que prefere abandonar intocado
Ou euforia vergonhosa
Desencanando do imaginário
Desencantando
E cantando
Ah sempre cantando!

Cantando e fingindo
Verdades e mais verdades
Finjo verdades mentidas
Porquê só assim nascem as verdades
Do seio da ilusão
Sempre do inebriante
Do psicodélico alucinante as mil cores do sultão supremo
Da cauda do pavão transmundano
Oblíquio sóbrio com seus chás maternos
Engolindo choro
Desfazendo o bico
Abrir todos os olhos
Venham todas as imagens!
Ai denso torpor!
A que me levo?
Sou mãos destravadas distraídas
Gozando sanha enssoletreio!
Suor que não vem mais à tôna
Ah santa guilhermina ah santa ana de todos os santos
Teus lábios vermelhos de batom degustado
A cigarrilha carregando larga cinza
Ah santa engraçada
Teu despudor levou à santidade da dureza
Provou as formas e as cores do sonho real.

E a fome no fim da tarde
Lembra o estômago que ainda não viu feijão
A felicidade está em cada canto
Sem escolhas
O clímax de cada pranto
Ai bebam água!
Ai por amor bebam tanta água translúcida quanto puderem!
Ai se pudesse fazer sentir minha angústia
Por este mundo que se coze
Cuzcuz de gente salsando na frigideira
E no fundo azul no teto do céu
Todos comprazidos franzem sim
A felicidade sem escolhas
Róseo fluxo do vívido
Faces ruborizadas
Tônux infinitus
O volúvel
Ao lar.

Aquele querer dizer mais alguma coisa
Aquele não parar de mugir suspiros
Necessidade ferrenha de cutucar mariscos
Petiscos ariscos ah que causamos de rebuliços!

Barbárie banal
Que mergulham
Com golfinhos.

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