Amoreiro

Somos segredos
Que não se dissipam
Nas mãos do tempo.

Somos além
Muito além da imaginação
Imagine só.

Somos um esforço conjunto
Mil vidas em cada
Heranças indecifráveis.

Somos eternas crianças
Despreocupadas
Com tudo que não sabemos.

Somos sonhos
Que não se desfazem
No despertar inócuo.

Somos redes
De pesca de borboletas
Panapanás até.

Somos o tom de poesia
Das cores secas
Do fim de tarde invernal.

Somos frutos maduros
Melaço de amor
Antídoto pra todo rancor.

4 comentários:

Diana Motta disse...

que lindo!

Gabriela disse...

:)

Derik Luís disse...

Impressionante como o poema se desenvolve a cada verso e como cada verso tem o peso necessário... Adorei!

Ana Lopes disse...

Cheguei aqui através do blog Produção em Cena. Seus poemas são fortes e nos prendem em anseios suscitados. Adorei em especial Amoreiro.

ESTÓRICO