Gansarada

O vê de vitória é nossa formação
Coletivamente economizamos ação
O parceiro às costas ao vácuo lucra tração.

Os do fundo grasnam firmes incentivos
Os da frente intrépidos revezam altivos.

Na busca de mares ao sul
De verões sem fim
A balbúrdia de asas troveja
A migração do instinto à cor eterna.

Todo bicho é um além de si
E o bicho homem que será?
Que golpes pra psiquê se conquistar?

Ilhotas desertas são o repouso
Em meio às tempestades inglórias
Se um queda ou se morre
Dois atentos acompanham
Imensa família sem sobrenomes.

O gol é a potência sempre crescer
Cada nova geração mais gênia florescer
Mistérios fênix vez e outra a renascer.

2 comentários:

Patricia disse...

Por curiosidade, qual seria a solução? A alternativa? Uma forma de incentivar outro posicionamento de economia e horizonte, como criar outras miragens que fossem coletivas?

El Compostero disse...

quem sabe, resgatarmos antigos hábitos que nos faziam entes mais comunitários, mais proximos uns dos outros? talvez unirmo-nos em plenitude, formar força de luta, contra a opressão agressiva que pouco a pouco nos está sufocando?... quisera poder dar uma resposta definitiva, acho que a poesia é exatamente o retrato dessa limitação, a fronteira é a ação, e a ação tem de ser intima e pessoal sempre... 'pense global e aja local'?... um abraço!

ESTÓRICO