Luto

A Terra
Morreu.

E agora?

Não há praonde correr
Só fujo dos erros iguais.

Sem lição nem missão
A breve vida que passou
Ainda bem nem se lembrou
Ausente cedo demais pra saber
Deixou o mundo com seu tudo de lamber.

Descanse em paz pequenina
E perdoe a desgraça dos homens.

Da Didática

Previu a luminosa espiral que o atraía

Quase engraçadamente se amedrontou
Do vórtice dum futuro vindouro liberto
Mas pra que por que temer gafanhoto?

Que dirá tua derrota?
De tua vida falha?
Da tua barba maltrapilha?
Quem entende ainda a simplicidade?

Poderás sempre mudar erro em abraço
Mas teme porquê sabe que breve acaba
O carroussel machuca entre roseiras
De pele sangue suor nutro cada cena
Sacoleiras e pacotões do amor rosa
Tanto tão destoante combinando-se.

Quero conhecer o mundo em que vivo
Vou à pé me conhecer o eu sem eu
O eu que sou todos alma do mundo
Vem saudade nostalgia boa alegria
Na despedida afoita uma lágrima
Quero sonhar realidade filhos meus
Saltar ao bonde andando da bondade.

Alaridos

A vida é pra agora
É o risco do corte da conexão.

É tudo agora baby
E tá tudo certo mais que certo.

Meditatrix
Cheia de tiques
Brinco nos trinques
Cincos setes e trezes por sobre os quatros essenciais.

O risco do corte da conexão
Só por garantia
Lealdade eterna o derradeiro elo com o futuro
Volúvel voluptuosidade rodando as rodas das gerações
Projetos Vênus incorporados
Moldes maias em pedrassabão ressabiada
O homem sonha e baila com grandes guindastes
Quer longevidade surreal com órgãos sintéticos
Quer a pena de morte na ponta da pena do juiz
Quer sambar sempre novo sempre bahiano
Pelo risco do corte da conexão sem fios.

Um adeus que porém faz companhia
Saravás bençãos aos reis dos montes
Funilando consciência multidimensional.

ESTÓRICO